sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A mão pesada da dilma



Em recente encontro com investidores estrangeiros, um auxiliar da presidente Dilma ouviu, de cara, o seguinte comentário: "Depois que vocês rasgaram os contratos do setor elétrico, qual será o próximo alvo da presidente?".
 Tal avaliação tem sido comum nas reuniões com investidores e demonstra o desconforto do setor empresarial com o estilo intervencionista da presidente na economia.
 Nos últimos meses, Dilma comprou briga com bancos privados, empresas de telecomunicação, planos de saúde e, agora, com as concessionárias do setor elétrico.
 De fato, Dilma Rousseff é bem mais intervencionista do que seus antecessores no Palácio do Planalto e usa a mão pesada do Estado para fazer valer suas ideias.
 Até aqui, porém, a realidade tem mostrado que investidores e empresários estavam bem mal acostumados em não serem questionados, sempre alegando a sagrada liberdade de mercado.
 Vejamos o caso dos bancos. Dilma bateu forte, recentemente, nos elevados juros cobrados dos cartões de crédito. Em seguida, Guido Mantega também fez o mesmo.
 O que aconteceu? De repente, como num passe de mágica, os bancos começaram a cortar pela metade taxas de juros dos cartões. Fica difícil compreender, do ponto de vista dos custos, como é possível fazer isso de um dia para o outro.
 A única e razoável explicação que encontro é que os bancos, acostumados a não serem pressionados, cobravam juros elevados e ponto final. O cliente que se virasse. Por sinal, foi o que me disse um assessor que acompanhou de perto como se deu o processo de redução das taxas nos bancos públicos.
Enfim, Dilma gosta de tirar o setor privado de sua zona de conforto. Se o empresariado reage contrariado, a população aplaude -basta olhar a elevada popularidade presidencial. O risco é errar na dose e afugentar investimentos do país.

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