Em recente
encontro com investidores estrangeiros, um auxiliar da presidente Dilma ouviu,
de cara, o seguinte comentário: "Depois que vocês rasgaram os contratos do
setor elétrico, qual será o próximo alvo da presidente?".
Tal avaliação
tem sido comum nas reuniões com investidores e demonstra o desconforto do setor
empresarial com o estilo intervencionista da presidente na economia.
Nos últimos
meses, Dilma comprou briga com bancos privados, empresas de telecomunicação,
planos de saúde e, agora, com as concessionárias do setor elétrico.
De fato, Dilma
Rousseff é bem mais intervencionista do que seus antecessores no Palácio do
Planalto e usa a mão pesada do Estado para fazer valer suas ideias.
Até aqui,
porém, a realidade tem mostrado que investidores e empresários estavam bem mal
acostumados em não serem questionados, sempre alegando a sagrada liberdade de
mercado.
Vejamos o caso
dos bancos. Dilma bateu forte, recentemente, nos elevados juros cobrados dos
cartões de crédito. Em seguida, Guido Mantega também fez o mesmo.
O que
aconteceu? De repente, como num passe de mágica, os bancos começaram a cortar
pela metade taxas de juros dos cartões. Fica difícil compreender, do ponto de
vista dos custos, como é possível fazer isso de um dia para o outro.
A única e
razoável explicação que encontro é que os bancos, acostumados a não serem
pressionados, cobravam juros elevados e ponto final. O cliente que se virasse.
Por sinal, foi o que me disse um assessor que acompanhou de perto como se deu o
processo de redução das taxas nos bancos públicos.
Enfim, Dilma
gosta de tirar o setor privado de sua zona de conforto. Se o empresariado reage
contrariado, a população aplaude -basta olhar a elevada popularidade
presidencial. O risco é errar na dose e afugentar investimentos do país.
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