Mozart Assis e Zé Adelgildes |
No dia 2 de março de 1969, a nossa
família, eu incluso, chegávamos a São Luís, cidade ainda pequena por volta da
metade de João Pessoa. Era um exílio voluntário decretado por papai após 6 anos
à frente dos destino cajazeirense. Na revoada várias famílias, amigas ou de
parentes, seguiram-no no exemplo. As saudades eram muitas e, afinal trocar a
cidade natal por outro rincão desconhecido de costumes diferentes, abatiam os
corações cajazeirenses. Como Brasil da década de 60 ainda rastejava no campo
das comunicações, um dos bálsamos para arrefecer os sentimentos telúricos era a
transmissão radiofônica.
Cajazeiras já tinha o privilégio de
possuir duas rádios, a de Mozart e a do bispo. Imaginem a luta para escutá-las
de tão longe! Um dos banidos voluntários, Antonio Paulo de Lucena do seu
bairro, um morro alto, com a ajuda de uma prosaica antena do alto da casa
conseguia um som fragoroso nu que, com muita luta com a própria audição, conseguia
ouvir os sons amalgamadores das rádios cajazeirenses através de um rádio Philco Transglobe (um dos mais potentes de então), mas amenizavam as
saudades com os acordes da sanfona roncando no programa Terreiro da Fazenda.
José Adegildes Bastos, um dos ícones da
pioneira radiofonia cajazeirense, é o escolhido pelo Frassales como centro do
assunto da sua coluna semanal. Zé Adegildes como é conhecido foi mestre
iniciante do natimorto destino de radialista do próprio colunista, como ele nos
conta hoje que, ainda de calças curtas, “ia
correndo, muitas vezes, para ficar próximo de uma das caixas de som, atraído
por noticiário ou pronunciamento político”. Mas vamos à coluna!
Veja também:
histórias de cajazeiras, é sempre bom ouvir!!!
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