Desconfiado
e matreiro, o coronel Juca Peba não era de muita conversa. Tinha dinheiro, e
muito, guardado sob o travesseiro. Até o dia que inauguraram a agência do Banco
do Brasil, em Cajazeiras. A gerente foi procurar o coronel Juca Peba com o
argumento:
- Coronel,
bote o dinheiro no banco. Vai ser guardado, bem guardado, e vai render juros.
Depois de
muita conversa, e muitos cafés no varandão da casa, o coronel, ainda
desconfiado, foi ao banco. Com 100 contos numa bolsa de couro. Tirou devagar o
pacote. Contou. Uma, duas, três vezes. Depositou. Matreiro, ficou na espreita,
na calçada, olhando, espiando o movimento do banco. Para ver se aquele troço
não era tramóia. A desconfiança aumentou. Entrou no banco. Foi ao Caixa.
Ordenou:
- Quero os
100 contos que eu botei aqui. Já.
Aflito, o
bancário foi buscar o dinheiro. O coronel pegou o maço. Conferiu. Uma, duas,
três vezes. E devolveu, sob a expressão juramentada:
- Eu só
queria mesmo conferir. Pode guardar.
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