Na década de 50 meus pais José e Maria Pereira de Souza moraram em diversas ruas de Cajazeiras, porque pagavam aluguel, e como último endereço moraram na última casa da Avenida Presidente João Pessoa, e ficava quase colada ao baldo do Açude Grande. No final do ano de 1958 meu pai comprou uma casa na Rua Pedro Américo, ao lado do prédio das Freiras, próximo a Praça do Espinho.
Morando nesta rua, fui matriculado no Grupo Escolar Dom Moisés Coelho, que fica em frente a Praça do Espinho. Portanto, foi neste grupo que cursei o primário e, logo a seguir, o admissão. Ao mesmo tempo, estudei na Escola de Artes Industriais, próximo a este estabelecimento de ensino.
Do Grupo Dom Moisés Coelho tenho muitas lembranças, porque lá tinha um campinho de futebol e era lá que eu jogava bola com meus amigos. Muitas vezes, a bola quando não era de borracha ou de couro, era feita com uma meia de sapato e com enchimento de bucha - que os mecânicos usavam para limpar o óleo do motor de carro. Cito alguns nomes de colegas que faziam parte do time ou dos times: Virgílio Augusto, William Carioca, Edmar Tebejim, Eudimacir de seu Moacir, Reudim e Nenen de dona Nazaré Lopes, Gutim de seu Germano, Gilberto de dona Odília, Giquirí de seu Esmerindo Cabrinha, meus irmãos Toinho, Valdin, Eduardo e Ivaldo, entre outros e outros.
Lembro-me que na beira do campinho tinha um tanque de alvenaria, que não sei informar quando foi construído e para qual finalidade. Quando chovia, esse tanque acumulava água e dentro dele tinha muitos sapos (cururuzão), pedaços de paus e pedras. Esse tanque só servia de assento para os jogadores, que ficavam na reserva e não davam muita importância para os cururus. A gente só tinha problema para não jogar quando o vigia do grupo, seu Expedito, que muitas vezes não deixava a garotada jogar bola, saía correndo atrás da gente com pedaço de pau, nos ameaçando quem teimasse em jogar.
Outra coisa que me lembro do Grupo, era o seu pavilhão muito grande, local onde na hora do recreio todos os alunos se dirigiam para lá e participavam das rodinhas de bate-papos, das paqueras e das pequenas brincadeiras. O pavilhão era composto de cantina, despensa onde se guardava os mantimentos e dois sanitários. Lembro-me ainda que na hora do recreio o Grupo fornecia um copo de leite em pó (conhecido como leite de posto) para cada aluno – esse leite era doado pelo governo americano através do programa “Aliança para o Progresso”. Ficávamos em fila para receber o copo de leite – eram copos grandes de plástico nas cores verde, rosa e branca. O leite era bastante forte e se tomado muito, às vezes causava diarréia. Mesmo assim, quando sobrava leite, a merendeira, que não me lembro o nome dela – esposa de Seu Zé Vilar – distribuía o restante para quem quisesse. Muitas vezes me arrisquei a tomar vários copos e depois acontecia o pior.
As festas juninas eram realizadas no pavilhão, que ficava decorado, conforme a tradição junina. Outros eventos eram realizados lá. Muitas vezes ficávamos no pavilhão perfilados para cantarmos o Hino Nacional, antes de iniciar as aulas. O grupo também participava das comemorações do Dia da Cidade, do desfile de 7 de Setembro, entre outros. Somente os ensaios da banda filarmônica do Grupo eram realizados no pavilhão, já os ensaios com a banda e todos os alunos eram realizados ao redor da Praça do Espinho.
Dona Angelina Tavares, diretora do grupo, era muito rigorosa com os alunos. Dos vários professores que lecionaram no grupo lembro-me de Antônio Donizete; de dona Alzenir Batista – esposa de seu Cícero do Foto Recife; de dona Clizelite Pinheiro Assis – mãe de Bira; de dona Nilcéia Claudino; de dona Ilma Braga – esposa do Sargento Carvalho; de dona Marizete, entre outros mais.
Radialista – Rádio Nacional AM
Brasília – DF
jfilho@ebc.com.br
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