or que Cajazeiras
deve sediar um curso de medicina? Esta é uma pergunta que tem sido feita
em todos os recantos do nosso município e até nos sites da internet.
Trazer um curso de medicina já foi um sonho sonhado pelo ex-prefeito de
Cajazeiras, Francisco Matias Rolim, quando no dia 30 de outubro de 1967,
através do Decreto nº 278, desapropriava para utilidade pública um
imóvel pertencente à Diocese de Cajazeiras, “com a finalidade específica
de ser edificado um prédio e dependências para o funcionamento da
Faculdade de Medicina de Cajazeiras”.
No
dia 1º de fevereiro de 1968, Dr. João Izidro Pereira, através de
Portaria nº 1/68, como Reitor da Faculdade de Medicina de Cajazeiras e
integrante da Universidade do Estado da Paraíba, nomeou Abdiel de Sousa
Rolim como Assessor de Planejamento para dar continuidade ao projeto.
Já
no ano de 1969, em carta datada de 17 de outubro de 1969, professor
Afonso Pereira, em carta ao odontólogo Abdiel de Sousa Rolim, escrevia:
“a Faculdade de Medicina já está com o regimento quase pronto; apenas,
com a nova Reforma Universitária, estou estudando quais as matérias do
Curso Básico e quais as dos Cursos Profissionais. Aguarde com Iemirton,
que, a qualquer dia, aparecerei por aí, demorando-me o suficiente para
tudo esclarecer”. Passaram-se 38 anos.
Esta
ainda é uma outra pergunta que se faz até hoje: por que a faculdade não
foi instalada, quais os entraves, as dificuldades e o que faltou?
Agora
a cidade empreende uma nova luta. Um estudo feito aponta para
argumentos convincentes. A começar pela carência de médicos
generalistas. Anualmente, cerca de 200 médicos se registram no Conselho
Regional de Medicina da Paraíba, para exerce a profissão no nosso
Estado, muitos oriundos de outras praças, atraídos pelas novas demandas
geradas com o Programa de Saúde na Família. Mesmo assim, com a
instalação deste programa nos municípios, evidenciou-se a escassez de
médicos na Paraíba, principalmente, nos pequenos municípios do Sertão. A
carência de médicos ainda é imensa.
Abre-se
com a nova Reforma Universitária a possibilidade de extensão e
ampliação de novos pólos educacionais na área médica. Este fato já é uma
realidade com a criação das faculdades de medicina de Mossoró, no Rio
Grande do Norte e Barbalha e Sobral no Ceará.
É
necessário vislumbrar ainda que iniciativas desse porte vão contribuir
na melhoria da oferta de saúde do povo, ampliando a formação médica,
embasada, inclusive, em novos parâmetros: a do médico humanista,
fundamentando-se em um currículo atualizado.
Já
esta pronto o projeto da reforma universitária e o desafio da inclusão
social é um dos temas centrais dela. O Estado Brasileiro precisa
promover políticas efetivas que garantam o acesso de jovens de baixa
renda, desta pobre região do semi-árido, ao ensino superior.
Democratizar é construir de maneira participativa um projeto de educação
de qualidade social, que promova o exercício pleno da democracia. E
como são imensas as nossas dificuldades e quanto são grandes as
diferenças entre o sertão do semi-árido e o litoral!
Cajazeiras
e a região com todas as suas dificuldades querem vencer este desafio.
Existe neste momento uma vontade indômita e para tanto a comunidade
regional resolveu, de livre e espontânea vontade, se agregar a
Universidade Federal de Campina Grande e está mandando construir, no
Campus de Cajazeiras, uma estrutura física de 300 metros de área, para a
instalação de um Laboratório de Anatomia, estando à frente do
empreendimento um jovem grupo de empresários cajazeirenses.
Com
a estrutura já existente, como foi sobejamente explicitado neste
relatório, o Campus de Cajazeiras está apto a receber os cursos de
Medicina, Fisioterapia e Educação Física. Acreditamos na nossa vitória,
na vitória do povo nesta região do semi-árido.
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