A demissão de Antonio Palocci foi o ato inaugural do estilo de gestão da presidente Dilma Rousseff. Ela foi decidida, de forma solitária, anteontem à noite. Ontem de manhã, sem que ninguém soubesse, Dilma a comunicou a Palocci. Somente o secretário-geral, ministro Gilberto Carvalho, soube. O convite a Gleisi Hoffmann tem a marca da presidente, é um momento de afirmação e reforça seu projeto de dar vez e voz às mulheres no poder.
Setores do PT receberam com festa a demissão do ex-todo poderoso Antonio Palocci do governo. Um petista graúdo cantou eufórico, ao telefone, versos da canção popular “Maringá”: “Depois que tu partiste / tudo ficou tão triste”.
A demissão de Antonio Palocci (Casa Civil) não foi bem digerida na Procuradoria Geral da República. A sensação, entre amigos do procurador Roberto Gurgel, que arquivou a investigação contra o ex-ministro, é de que ele foi usado.
Os aliados gostaram da escolha da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) para a Casa Civil. Destacaram o fato de ela ser mulher, jovem, com experiência administrativa e uma trajetória de competência gerencial. Os petistas do Nordeste também comemoraram o fato de o sucessor de Palocci não ser um paulista. Os aliados também avaliam que uma vantagem de Gleisi é que ela não tem arestas com nenhum dos integrantes do partido.
O EX-MINISTRO Antonio Palocci comunicou no meio da tarde de ontem, ao presidente do PT, Rui Falcão, que estava deixando o governo Dilma. Palocci, em duas semanas de crise, recebeu de Falcão a única manifestação de apoio. Os deputados e senadores petistas se negaram a fazê-lo.
Fonte: Coluna Panorama Política de O Globo
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