Joaquim
Barbosa, relator do mensalão, diz que Brasil evoluiu sob as gestões de Lula e
Dilma e critica a imprensa brasileira: “imprensa e empresariado brasileiro
estão nas mãos de pessoas brancas e conservadoras”
“Vi o Lula pela primeira vez no dia do
a-núncio da minha posse. Não falei antes, nem por telefone. Nunca, nunca.”
Assim começa a reportagem da Revista CartaCapital, relatando este dia muito especial: ele seria o primeiro negro a ser nomeado para o tribunal.
Assim começa a reportagem da Revista CartaCapital, relatando este dia muito especial: ele seria o primeiro negro a ser nomeado para o tribunal.
“Vi o Lula pela primeira vez no dia do
anúncio da minha posse. Não falei antes, nem por telefone. Nunca, nunca.”,
diz Joaquim Barbosa ressalvando o novo processo de indicação de ministros com
atenção no mérito do cidadão.
Nomeado,
continuou distante de Lula. Não foi procurado nem mesmo nos momentos cruciais
do mensalão. “Nunca, nem pelo Lula nem pela presidenta Dilma. Isso é
importante. Porque a tradição no Brasil é a pressão".
O ministro
votou em Leonel Brizola (PDT) para presidente no primeiro turno da eleição de
1989. E depois em Lula, contra Collor. Votou em Lula de novo em 2002.
“Vou te
confidenciar uma coisa, que o Lula talvez não saiba: devo ter sido um dos
primeiros brasileiros a falar no exterior, em Los Angeles, do que viria a ser o
governo dele. Havia pânico. Num seminário, desmistifiquei: ‘Lula é um democrata, de um partido
estabelecido. As credenciais democráticas dele são perfeitas’.
O escândalo do
mensalão não influenciou o voto de Joaquim Barbosa: em 2006, já como relator do
processo, escolheu novamente o candidato Lula, que concorria à reeleição.
“Eu não me arrependo dos votos, não. As
mudanças e avanços no Brasil nos últimos dez anos são inegáveis. Em 2010, votei
na Dilma.”
Diz que não
gosta de ser tratado como “herói” do julgamento. “Isso aí é consequência da falta de referências positivas no país. Daí a
necessidade de se encontrar um herói. Mesmo que seja um anti-herói, como eu.”
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