“No Umari não tínhamos quase nenhum meio de
diversão, nenhum cinema, nenhuma festa. Mas a criatividade dos jovens
compensava a falta de opções para o lazer.
Anoto com saudade o nome de dois velhinhos, donos de
uma lanchonete em que infalivelmente nos reuníamos toda noite, cada um de nós
tratando de trazer para o encontro a estripulia mais original. O casal Pimenta
nos recebia com um sorriso, certo de contar com a nossa companhia para as suas
horas de solidão. E, por piores que fossem as nossas malinagens, nós pagávamos
aos velhinhos, com toda exatidão, todos os estragos que fazíamos.
Sim, porque éramos campeões em tramas e tretas para
encher a paciência do casal. Quantas vezes eu misturava sal com farinha e café,
ou deixava o açucareiro no ponto de soltar a tampa e derramar-se sobre a xícara
de algum freguês desavisado?
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