Continuando o trabalho de documen-tação dos capoeiras espalhados pelo mun-do, entrei em contato com um capoeirista que dava aulas em Bucareste. Ele se chamava Minhoca e marcamos um horário na academia dele.
Chequei lá e comecei a ouvir a sua história. Como grande parte dos primeiros capoeiristas que, durante a década de 70, chegaram à Europa, ele também chegou: por meio de companhias de acrobratas que contratavam capoieristas para fazer shows devido ao exotismo daquela arte marcial tão singular, que mistura floreios, dança, ritmo e música. Diz ele que um dia estava jogando em Goiás Velho, cidade do interior e que já foi capital de Goiás (quem nunca visitou, vá, lá é bonito demais), quando alguns caras de uma dessas companhias viram ele jogando e fizeram uma proposta a ele de seguir para a Bulgária.
No começo da história do Minhoca já há algumas particularidades. Primeiro que os caras costumavam contratar os capoeiristas de cidades grandes, haja vista que é mais fácil ter acesso aos grupos e também às cidades e segundo que eles preferiam os capoeiras de aspecto bem negro, devido ao exotismo. Minhoca é branco, mas ainda assim resolveram o contratar devido ao seu forte carisma, que encantou os caras. Ele me disse que teve sorte, que os caras faziam audiências com capoeiristas do Brasil inteiros e pouco passavam, mas ele foi escolhido no dedo, pois o bicho também já tinha sua competência, tinha 17 anos de capoeira. Em pouco tempo Minhoca tava no meio da Bulgária.
Chegou lá sem saber falar uma palavra de inglês, russo, búlgaro, língua do P ou qualquer coisa que não português. Porém, já tinha na cabeça que não queria mais voltar ao Brasil e começou a estudar forte o inglês, que pegou bem rápido. Também ficou craque em show com fogos.
Depois de um tempo, o contrato dele começou a ser finalizado e um investidor romeno ofereceu uma proposta para ele. Juntar o talento do Minhoca com os recursos financeiros do cara para assim abrirem uma academia de Capoeira em Bucareste. Como Minhoca não tinha muito a perder, levou o berimbau e cuia para Bucareste. Chegou lá, o cara simplesmente sumiu. Tomou um cano. Por meio de amizades que havia feito, conseguiu alugar um apartamento e começou a dar aula em uma academia de Bucareste.
Como eu parece ser uma constante nas histórias dos Capoeiras que conheci via-jando, o começo foi difícil, tratado a pão com ovo, literalmente. Porém, depois de um tempo, ele conseguiu enfim abrir a sua academia. E, sei lá, começar a comer pão com carne. Também teve a sorte de conhecer um produtor de uma cantora super famosa na Romênia, que o convidou para participar de um videoclipe dela. Depois de aparecer no videoclipe ele explodiu. Hoje o trabalho do Minhoca está disseminado por academias em quatro lugares da Europa: Bucareste, Treviso (Itália) e duas cidades da Moldávia. Ele conta com quase 200 alunos. Trabalha forte disseminando a cultura brasileira e a nossa língua, já que seus alunos de mais tempo tem aulas em português, o que acabam por começar a falar português também.
Conversando com o Minhoca eu via a paixão em tudo que ele falava e descrevia sobre o trabalho dele “Claudiomar, você tá aqui dentro do meu sonho”, ele me falava apontando para a Academia dele. Como bom Capoeira, Minhoca trabalha com a disseminação da cultura e da língua e tem ideia de fazer um centro cultural brasileiro em sua academia. Tem uns projetos sociais também de Capoeira com crianças ciganas visando a auto-afirmação delas, que sofrem bastante preconceito na Romênia.
P.s: Abaixo, fotos aleatórias da Romênia:
Chequei lá e comecei a ouvir a sua história. Como grande parte dos primeiros capoeiristas que, durante a década de 70, chegaram à Europa, ele também chegou: por meio de companhias de acrobratas que contratavam capoieristas para fazer shows devido ao exotismo daquela arte marcial tão singular, que mistura floreios, dança, ritmo e música. Diz ele que um dia estava jogando em Goiás Velho, cidade do interior e que já foi capital de Goiás (quem nunca visitou, vá, lá é bonito demais), quando alguns caras de uma dessas companhias viram ele jogando e fizeram uma proposta a ele de seguir para a Bulgária.
No começo da história do Minhoca já há algumas particularidades. Primeiro que os caras costumavam contratar os capoeiristas de cidades grandes, haja vista que é mais fácil ter acesso aos grupos e também às cidades e segundo que eles preferiam os capoeiras de aspecto bem negro, devido ao exotismo. Minhoca é branco, mas ainda assim resolveram o contratar devido ao seu forte carisma, que encantou os caras. Ele me disse que teve sorte, que os caras faziam audiências com capoeiristas do Brasil inteiros e pouco passavam, mas ele foi escolhido no dedo, pois o bicho também já tinha sua competência, tinha 17 anos de capoeira. Em pouco tempo Minhoca tava no meio da Bulgária.
Chegou lá sem saber falar uma palavra de inglês, russo, búlgaro, língua do P ou qualquer coisa que não português. Porém, já tinha na cabeça que não queria mais voltar ao Brasil e começou a estudar forte o inglês, que pegou bem rápido. Também ficou craque em show com fogos.
Depois de um tempo, o contrato dele começou a ser finalizado e um investidor romeno ofereceu uma proposta para ele. Juntar o talento do Minhoca com os recursos financeiros do cara para assim abrirem uma academia de Capoeira em Bucareste. Como Minhoca não tinha muito a perder, levou o berimbau e cuia para Bucareste. Chegou lá, o cara simplesmente sumiu. Tomou um cano. Por meio de amizades que havia feito, conseguiu alugar um apartamento e começou a dar aula em uma academia de Bucareste.
Como eu parece ser uma constante nas histórias dos Capoeiras que conheci via-jando, o começo foi difícil, tratado a pão com ovo, literalmente. Porém, depois de um tempo, ele conseguiu enfim abrir a sua academia. E, sei lá, começar a comer pão com carne. Também teve a sorte de conhecer um produtor de uma cantora super famosa na Romênia, que o convidou para participar de um videoclipe dela. Depois de aparecer no videoclipe ele explodiu. Hoje o trabalho do Minhoca está disseminado por academias em quatro lugares da Europa: Bucareste, Treviso (Itália) e duas cidades da Moldávia. Ele conta com quase 200 alunos. Trabalha forte disseminando a cultura brasileira e a nossa língua, já que seus alunos de mais tempo tem aulas em português, o que acabam por começar a falar português também.
Conversando com o Minhoca eu via a paixão em tudo que ele falava e descrevia sobre o trabalho dele “Claudiomar, você tá aqui dentro do meu sonho”, ele me falava apontando para a Academia dele. Como bom Capoeira, Minhoca trabalha com a disseminação da cultura e da língua e tem ideia de fazer um centro cultural brasileiro em sua academia. Tem uns projetos sociais também de Capoeira com crianças ciganas visando a auto-afirmação delas, que sofrem bastante preconceito na Romênia.
P.s: Abaixo, fotos aleatórias da Romênia:
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