O jornalista Elio Gaspari examina na sua obra "Ditadura Envergonhada" narra que nos primeiros dia do golpe militar, o general Olympio Mourão Filho, o detonador da quartelada militar, queria ser bem aquinhoado na di-visão do "espólio" do poder no novo regime e foi tomar satisfações com o novo ministro Costa e Silva que, habilmente, o driblou com um papo fiado e o sugeriu que as-sumisse a presidência da rica Petrobrás em nome do comando revolucionário e Mourão engoliu a isca.
Espalhafatoso e sequioso de uma rentável prebenda, o general Olympio Mourão Filho rumou para a sede da Petrobrás, fardado e com uma escolta. Nesta segunda investida em busca de poder, mais uma vez mais dava om os burros n'água. Desta feita foi driblado por um tal, Dr. Belo, secretário-geral da empresa, que engenhosamente refutou o assalto. Paciente explicou ao general, que por mais que o ministro Costa e Silva desejasse vê-lo no comando da Petrobrás, só um ato do presidente da República poderia investi-lo na função e ainda era indispensável "um recibo de caução de ações da empresa, visto que só um acionista poderia exercer a sua presidência". Mourão lembrou o Dr. Belo que estava ali em nome da Revolução. Matreiro, o humilde Dr. Belo convenceu o general que eram documentos fáceis de serem providenciados.Dançou! Acordou quando o Marechal Ademar de Queirós, com os papéis em ordem, assumira a presidência da Petrobrás.
O
veterano petroleiro explicou ao general que por mais que o ministro Costa e
Silva desejasse vê-lo no comando da Petrobrás, só um ato do presidente da
República poderia investi-lo na função. Feito isso, precisaria trazer uma
carteira de identidade (provando que era brasileiro nato) e um recibo de caução
de ações da empresa, visto que só um acionista poderia exercer a sua
presidência. Mourão explicou que estava ali em nome da Revolução. O Dr. Belo
concordou, insistindo em que os documentos eram indispensáveis, por
de-terminação do estatuto da Petrobrás. Ademais, eram documentos fáceis de ser
providenciados. Coisa de um dia, no máximo. O general aceitou a ponderação do
veterano burocrata, deu uma entrevista anunciando seu programa de ação na
empresa e voltou para Juiz de Fora.
Quando se deu conta, o marechal Ademar de Queiroz, com os papéis em
ordem, assumira a presidência da Petrobrás.
No
dia 11 de abril, depois de um conciliábulo de governadores e generais destinado
a evitar a coroação de Costa e Silva, o ge-neral Humberto de Alencar Cas tello
Branco foi eleito presidente da República pelo Congresso Nacional, como mandava
a Cons tituição. Prometeu “entregar, ao iniciar-se o ano de 1966, ao meu
sucessor legitimamente eleito pelo povo em eleições livres, uma nação coesa”.
Em 1967 entregou uma nação dividida a um sucessor eleito por 295 pessoas.
FONTE: esta obra trata-se do primeiro livro da cole-ção e primeiro volume da série As Ilusões Armadas.
O
veterano petroleiro explicou ao general que por mais que o ministro Costa e
Silva desejasse vê-lo no comando da Petrobrás, só um ato do presidente da
República poderia investi-lo na função. Feito isso, precisaria trazer uma
carteira de identidade (provando que era brasileiro nato) e um recibo de caução
de ações da empresa, visto que só um acionista poderia exercer a sua
presidência. Mourão explicou que estava ali em nome da Revolução. O Dr. Belo
concordou, insistindo em que os documentos eram indispensáveis, por
de-terminação do estatuto da Petrobrás. Ademais, eram documentos fáceis de ser
providenciados. Coisa de um dia, no máximo. O general aceitou a ponderação do
veterano burocrata, deu uma entrevista anunciando seu programa de ação na
empresa e voltou para Juiz de Fora.
Quando se deu conta, o marechal Ademar de Queiroz, com os papéis em
ordem, assumira a presidência da Petrobrás.
No
dia 11 de abril, depois de um conciliábulo de governadores e generais destinado
a evitar a coroação de Costa e Silva, o ge-neral Humberto de Alencar Cas tello
Branco foi eleito presidente da República pelo Congresso Nacional, como mandava
a Cons tituição. Prometeu “entregar, ao iniciar-se o ano de 1966, ao meu
sucessor legitimamente eleito pelo povo em eleições livres, uma nação coesa”.
Em 1967 entregou uma nação dividida a um sucessor eleito por 295 pessoas.
FONTE: esta obra trata-se do primeiro livro da cole-ção e primeiro volume da série As Ilusões Armadas.
Os milicos eram sarcásticos até entre eles. Os caras eram cruéis mesmo. O Costa e Silva tirando uma da cara do Mourão, não consigo nem imaginar a a reação deste ao saber que era tudo zoeira.
ResponderExcluirO Costa e Silva era um general tão extremista que nem o Castelo Branco concordava que ele fosse seu sucessor. E dizem as más línguas que eles eram rivais e não se bicavam um com o outro. E ele foi o responsável pela radicalização da ditadura militar com o decreto do AI-5. E isso que um pouco antes ainda em seu governo o bicho já tava pegando.....
ResponderExcluir