quarta-feira, 8 de junho de 2016

BBC de Londres comenta a abertura do inquérito contra Aécio Neves

O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou 
na segunda-feira a abertura de um inquérito pela Procuradoria-Geral para investigar o senador e presidente do PSDB Aécio Neves
    A suspeita é de que Aécio tenha atuado para "ma-quiar" dados en-viados à chamada CPI dos Correios e esconder a relação entre o Banco Ru-ral e o esquema conhecido como "mensalão mineiro" ou "mensalão tucano".
    A CPI dos Correios foi uma comissão de inquérito parlamentar mista instaurada em maio de 2005 para investigar denúncias de corrupção em estatais, em particular nos Correios. A CPI era presidida pelo então senador Delcídio do Amaral (PT - MS). No âmbito de suas investigações, surgiram denúncias que acaram levando à investigação de outro escândalo, o do mensalão.
    À época da CPI dos Correios, entre 2005 e 2006, Aécio era governador de Minas Gerais. Ao justificar a decisão de investigá-lo, o ministro do STF Gilmar Mendes diz que "suas condutas foram classificadas pelo Ministério Público como potencialmente configuradoras de crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira e falsidade ideológica praticada por funcionário público, além de crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro".

    De acordo com o Ministério Público Federal, o men-salão mineiro foi um esquema de desvio de dinheiro de empresas públi-cas para financiar a cam-panha de reeleição do então governador de Minas, Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998.
    Esse esquema é visto pelo MPF como "origem e laboratório" do mensalão petista, que começou a ser investigado pela CPI dos Correios.
    O esquema em Minas envolve alguns dos principais personagens do mensalão petista, como o publicitário Marcos Valério, e teria usado mecanismos semelhantes para desviar dinheiro e ocultar sua origem ilícita.
    No mensalão tucano, porém, não há indícios de compra de apoio parlamentar - como ocorreu no caso do PT.De acordo com o Ministério Público Federal, o mensalão mineiro foi um esquema de desvio de dinheiro de empresas públicas para financiar a campanha de reeleição do então governador de Minas, Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998.
    Esse esquema é visto pelo MPF como "origem e laboratório" do mensalão petista, que começou a ser investigado pela CPI dos Correios.
    O esquema em Minas envolve alguns dos principais personagens do mensalão petista, como o publicitário Marcos Valério, e teria usado mecanismos semelhantes para desviar dinheiro e ocultar sua origem ilícita.
No mensalão tucano, porém, não há indícios de compra de apoio parlamentar - como ocorreu no caso do PT.
    A investigação se baseia na de-lação premiada do ex-senador Delcí-dio do Amaral (ex- PT-MS, hoje sem partido), que pre-sidiu a CPI dos Cor-reios.
    Segundo ele, Aécio e outros líderes do PSDB se incomodaram com o pedido de quebra de sigilo fiscal do Banco Rural.
    Delcídio afirma que Aécio enviou emissários para pedir que o prazo para a entrega de documentos do banco fosse prolongado, com a justificativa de que não haveria tempo hábil para prepará-los.
    Segundo Delcídio, o objetivo dessa extensão era apagar informações comprometedoras da gestão tucana que ligariam o Rural ao mensalão mineiro. O ex-senador afirma que o próprio Aécio disse que os dados foram maquiados.
    "A maquiagem consistiria em apagar dados bancários comprometedores que envolviam Aécio Neves, Clésio Andrade, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Marcos Valério e companhia", disse Delcídio.
    De acordo com a acusação, o Banco Rural teria sido usado para disfarçar pagamentos do esquema.
    A Procuradoria diz que duas estatais e um banco público (Copasa, Comig e Bemge) repassaram - com autorização de Azeredo - R$ 3,5 milhões em patrocínios a três eventos esportivos promovidos por uma das agências publicitárias de Marcos Valério, personagem conhecido do mensalão petista.
    Valério então teria feito empréstimos fraudulentos de R$ 11 milhões no Banco Rural com o objetivo de dissimular a fonte ilícita dos recursos e disfarçar o uso deste dinheiro na campanha do PSDB.
    O Supremo entendeu que, mesmo se tiver ocorrido, a prestação de informações falsas pelo Banco Rural não poderia mais ser levada a julgamento, porque ocorreu há mais de oito anos e o crime já estaria prescrito.
    Mesmo assim, ele afirmou que é preciso investigar o crime, porque ele "se inseriria em uma série de práticas criminosas, ainda passíveis de persecução penal".
    O ministro escreveu que a "representação se reporta a elementos indicando que o Estado de Minas Gerais e o Banco Rural teriam atuado juntos em um esquema que envolveu crimes contra o sistema financeiro, contra a administração pública e de lavagem de dinheiro, conhecido por 'mensalão mineiro'".
    O STF vai solicitar ao Banco Central que sejam liberadas informações sobre os dados encaminhadas pelo Banco Rural à CPI dos Correios.
    O Supremo quer saber se o dado era "autêntico, consistente, íntegro" ou se enseja "crítica" ou "suspeição".
    Será também pedido que as caixas da CPI sejam lacradas no Senado.
    
    Não. Há uma outra investigação em que o senador e presidente do PSDB é acusado de receber propina de Furnas.
    Este inquérito também tem como base a delação de Delcídio, além de informações dadas pelos doleiro Alberto Youssef.
    Segundo o doleiro, Aécio recebia valores, por meio de sua irmã, de uma empresa contratada por Furnas..



Aécio nega todas as acusações.







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