“Zangar-se na medida exata é algo impossível tanto para o coração quanto para a mente, então a tradição rabínica sabiamente nos aconselha que para prevenimos as rixas e os conflitos devemos repassa-los para os nossos anjos.  Pois eles são o “outro” imaginário, mas não exatamente o outro em si, mas o intermediador que conosco argumenta e nos ajuda a encontrar uma saída.
“Segundo os rabinos, possuímos quatro anjos que no equaliza: um à frente, um ao lado direito, outro ao lado esquerdo e um último trás. Qual a função de cada um? O da frente está lá para deter-nos; ele diz: ‘Calma… Espere, não seja tão afoito’. O que se encontra atrás de nós nos empurra para frente, dizendo: ‘Enfrente… Tenha a coragem para bancar e não dê para trás agora.’ O que está a nossa esquerda, junto ao coração, diz: ‘Esqueça… Deixe para lá’. O da direita, por sua vez, diz: ‘Lembre-se… Não deixe passar, porque você tem uma memória!’

Sintonizar-se corretamente com os impulsos de ‘avançar, recuar, lembrar e esquecer’ é fundamental para a ‘calibragem’ de nossas reações.”
    (Nilton Bonder, A Cabala da Inveja).