quarta-feira, 12 de outubro de 2016

O narcisismo do hedonista Dorian Gray Que tristeza ! Eu envelhecerei, ficarei horrível...

     Dorian Gray, um jovem narcisista, amante das artes e entregue aos prazeres humanos quer transformar sua vida em arte, a experiência de vida como experiência estética e, ao tentar exilar-se de sua culpa, esconde-se na superfície pintada, porém não consegue libertar sua mente da consciência.
     É a história de corrupção moral por meio de esteticismo. Neste romance Wilde desafia a teoria de que o caráter de uma pessoa pode ser deter-minada por aquilo que está no exterior.
     Lord Henry Wotton, um aristocrata cínico e hedonista típico da época e grande amigo de Basil, conhece Dorian e o seduz para sua visão de mundo, onde o único propósito que vale a pena ser perseguido é o da beleza e do prazer:

  "o senhor dispõe só de alguns anos para viver deveras, perfeitamente, plenamente. Quando a mocidade passar, a sua beleza ir-se-á com ela; então o senhor descobrirá que já não o aguardam triunfos, ou que só lhe restam as vitórias medíocres que a recordação do passado tornará mais amargas que destroçadas".
      Ao ouvir estas palavras, Dorian Gray observa a obra pronta e, constata tristemente, que aquele retrato manterá aquela beleza juvenil para sempre ao passo que ele envelhecerá e, neste momento, expressa o desejo de ser eternamente jovem,nem que para isso tenha que dar sua alma!



  “Que tristeza ! 
Eu envelhecerei, ficarei horrível... Mas esse quadro sempre se manterá jovem. Nunca será mais velho do que esse dia de Junho … Se fosse o contrário! 
Se fosse eu que me mantivesse jovem e o retrato ficasse velho! Por isso, — por isso — Eu daria tudo ! Sim, não há nada no mundo todo que eu não daria por isso”.





Excerto da obra "O Retrato de Dorian Gray"
Oscar Wilde


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