quinta-feira, 11 de julho de 2013

Bolsa Família enfraquece o coronelismo e rompe cultura da resignação, diz socióloga

Walquiria Leão Rego, uma das autoras
do livro sobre o Bolsa Família,
 que será lançado hoje, às 19 h,
 na Livraria da Vila, em SP
A socióloga Walquiria Leão Rego lança hoje na Livraria da Vila do shopping Pátio Higienópolis o livro "Vozes do Bolsa Família" escrito em parceria com com o filósofo italiano Alessandro Pinzani. Ler a entrevista da Walquiria dado à Folha de São Paulo nos faz entender porque o programa Bolsa Família é tão laureado e premiado interna-cionalmente.
 É uma obra fruto de muito trabalho, entre 2006 e 2011, a dupla realizou entrevistas com os beneficiários do Bolsa Família e percorreu praticamente todo o semi-árido nordestino para entender o "poder liberatório do dinheiro" provocado pelo programa.
Uma das principais conclusão em uma década o Bolsa Família mudou a vida nos rincões mais pobres do país: o tradicional coronelismo perde força e a arraigada cultura da resignação está sendo abalada: "o início de uma democratização real, da democratização da democracia brasileira" é outra constatação da professora de teoria da cidadania na Unicamp, Rego acrescenta que o Bolsa Família "é o início de uma democratização real" do país. A uma pergunta do entrevistador se o Bolsa Família deveria entrar na Constituição? Vem a resposta: "A constitucionalização do Bolsa Família precisava ser feita urgentemente. E a renda tem que ser maior. Esse é um programa barato, 0,5% do PIB. Acho, também, que as pessoas têm direito à renda básica. Tem que ser uma política de Estado, que nenhum governo possa dizer que não tem mais recurso. Mas qualquer política distributiva mexe com interesses poderosos. Isso é histórico. A elite brasileira acha que o Estado é para ela, que não pode ter esse negócio de dar dinheiro para pobre. Além de o Bolsa Família entrar na Constituição, é preciso ter outras políticas complementares, políticas culturais específicas, é preciso organizar um conjunto de políticas articuladas para formar cidadãos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário