quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Templos de Angkor, uma visita, uma verdadeira maratona!


     Os Templos de Angkor é um lugar realmente incrível. Para ter uma ideia, o lugar foi eleito em 2015 como a Melhor Atração do Mundo pelo guia de viagens Lonely Planet (o mesmo que eu usei na maior parte da minha viagem). Em 2015 o lugar recebeu mais de 2 milhões de turistas estrangeiros, é só lembrar que o Brasil inteiro recebeu por volta de 6,3 milhões de visitantes estrangeiros no mesmo ano. Dessa forma, o Angkor Wat é uma das principais fontes de renda do Camboja.
     O complexo inteiro tem mais de 1000 templos, uma grande cidade de 700 anos de idade com canais, templos, túmulos, e já foi a capital do grande império Khmer, que entre os séculos 9 e 13 reinou sobre boa parte do sudeste asiático. 

     Acredita-se que o lugar tenha abrigado a maior cidade do mundo na sua época de ouro.
     Apesar de o Camboja hoje ser um país majoritariamente budista, o Angkor Wat foi construído como a casa espiritual de um deus hindu, o Vishnu, uma das principais divindades do hinduísmo. 

     Hoje o lugar é muito utilizado para cultos, mas de monges budistas.
      O sítio realmente tem ares de grandiosidade, sendo dito como uma representação do céu na terra, ou como uma pequena réplica do universo.
      Mas voltando ao começo do dia. Eu queria aproveitar ao máximo a bagatela de US$ 20 que iria pagar pela entrada. 

     Acordei às 4 da manhã e fui tomar o café da manhã do hostel de acordo com o que estava escrito no Hostelworld.com. Pegadinha! Não tinha café da manhã nenhum, a única coisa que eles tinham era sanduíche por US$ 1. Comprei um. Ainda demorou bastante para ficar pronto e só consegui sair às 4h:50. Era engraçado o pessoal chegando bêbado da balada no hostel e eu saindo com minha bicicleta.
     Como já tinha ido no dia anterior, resolvi só seguir a mesma direção que iria chegar lá. Não sei como acabei entrando em uma estradinha horrível e me perdi no meio da escuridão, me custou uns 15 minutos para voltar para a avenida principal, não tinha uma vivalma no caminho para perguntar algo. E sempre é bom lembrar, eu não tinha GPS.
Alguém sabe para onde fica Angkor Wat??
     Cheguei no Angkor Wat e já estava claro. Fiquei meio decepcionado porque estava lotado de gente e o sol nasce atrás, achei bem melhor esperar o por do sol. Minhas expectativas para o lugar eram enormes e maior, ainda, ansiedade
    Por dentro o templo não me pareceu tão surpreendente. Na real fiquei pensando: templo ou fortaleza? Morado do rei ou lugar para rezar?

Antes das 6h
e lotado de turistas
para tirar fotos do Angkor Wat com o sol nascendo
Os primeiros raios de luz em Angkor Wat 
     O pior foi uma criança me seguindo querendo me vender cartões de visita, um verdadeiro carrapato que não me largava, enquanto estava vendo o nascer do sol na frente do Angkor Wat, tinha o ar triste, tive que falar várias vezes que não tinha dinheiro, fui obrigado a  ignorá-la para me livrar da sua insistência, eu literalmente não tinha dinheiro, só uns trocados para última necessidade porque o dinheiro ainda não tinha caído ainda no meu cartão. Como comentei no post passado, eu estava com menos de US$ 2 no bolso!
Nessa foto dá para ter uma ideia da
grandiosidade do lugar,
ali no meio tem uma pessoa em pé
 
Esculturas nas paredes do Angkor Wat


Último momento de reflexão antes de sair
 para pedalar e visitar vários outros templos
      Peguei a bicicleta e lá fui pedalando para o segundo grande templo: o enigmático Bayon. 
Um templo com inúmeras faces em suas torres.
Há vários portais como esse entre um templo e outro
Chegando no templo Bayon


Rostos esculpidos nas rochas.
Consigo contar no mínimo 6 rostos na foto acima 

Pontos de adoração no interior do templo 

Estátua decepada
Alguns ao invés de bicicleta,
preferem passear entre os templos de elefante 
     Depois segui para o templo chamado Baphuon, outro gigante, com estrutura piramidal.
    Templo dedicado ao deus hindu Shiva.
Baphuon 




Outro templo pelo meio do caminho,
esse é pequeno se comparado aos outros
Elefantes esculpidos em alguns muros
Isso que é vida boa, descansando na rede e na sombra!
   Uma moto atrelada a uma carroça. Esse era o principal meio de locomoção que as pessoas utilizavam no lugar e faz muito sentido. A pé é impossível visitar vários templos em um mesmo dia e de bicicleta o sol maltrata! Só não peguei uma carroça com cobertura devido ao preço, a bicicleta me custou US$ 1 pelo dia inteiro!
Para onde fica o templo de Prea Khan?
Segui para o norte, mesmo tendo me dito  
que era muito longe para ir de bicicleta.
Às 9h o sol já estava maltratando de tanto calor.
É impressionante o tanto de estátuas
com cabeças decepadas.
Quem terá  o vândalo?
Templo Prea Khan

Sinergia perfeita entre o homem e a natureza,
árvores completamente integradas ao templo!


Pedalando entre um templo e outro, claro,
parando algumas vezes para descansar na sombra

Templo Neak Pean, esse sim um templo budista,
erguido em uma pequena ilha artificial
Templo Takeo, esse é bem alto e dá para ir
subindo até chegar naquelas espécies de torres
mais no alto para uma bela vista dos arredores,
essa hora passei a tirar menos foto porque
a bateria da minha câmera já estava minguando.
     Em seguida o segundo templo mais famoso do Camboja: o Ta Prohm, ou como é melhor conhecido, templo do Tomb Raider, devido a um filme com o mesmo ter sido rodado lá.
    Impressionante as raízes de grandes árvores integradas ao templo. 
     Engraçado que eu estava lá e do nada encontrei o alemão Andreas, com quem tinha viajado de moto em Bali! 
     Parei para descansar uma hora e é impressionante o fluxo de turistas indo e vindo. E muitas crianças vendendo bugigangas, tudo por US$ 1.  

     Essa hora tive que parar devido a uma chuva forte. Lá parado conheci o francês Cedric, também visitando os templos de bike. Muito gente boa, estava viajando pelo mundo há 6 meses. Já morou em vários países fazendo trabalhos pontuais (restaurantes, bar, etc). Falei que iria para a Índia ainda, e ele respondeu: "Fantástico, o lugar é maravilhoso. Mas não confie em ninguém, saiba sempre para onde vai, as direções, etc". Eu ficava cada vez mais curioso sobre a Índia.
     Passou a chuva e fomos visitar o templo logo ao lado, bem mais perto dos que já tinha visitado no dia.
      Por último visitei o Banteay Kdei com o Cedric, de lá fomos para direções diferentes. Não sabia, mas ainda iria encontrá-lo na capital do Camboja.
 Por fim, um resumo do meu trajeto nesse dia:
     Muitos quilômetros pedalados, muito calor, muitos templos e muitas horas, cheguei lá antes das 6h da manhã e saí de lá 6 da tarde
     Chegando de volta à cidade finalmente meu dinheiro tinha caído no cartão e consegui sacar uns dólares. Estava muito cansado e só deu tempo de comprar a passagem para Phnom Penh, muito barato, US$ 6 por uma viagem de 6 horas de ônibus. Dormi muito, das 21h30 às 9h30 da manhã.

Minha fotoDe março a novembro de 2014, "rodou o mundo", passando por 20 países durante 8 meses, mochilando sem um cronograma fixo (nada como planejar hoje o dia de amanhã), apenas com a missão de ir quão longe seus parcos dólares pudessem levá-lo. Deixou de ver a Copa do Mundo no país do futebol (não pode se lembrar quantas vezes foi chamado de louco pelas mais variadas nacionalidades), mas viveu experiências que apenas vários países poderiam proporcionar. E em quantos lugares passou sem nunca imaginar que um dia fosse: Laos, Myanmar, Sri Lanka, Cazaquistão.. Não poderia deixar de citar o Couchsurfing, companheiro do mochileiro que grandes amigos lhe rendeu em diversos países. Mas nada foi melhor do que participar de um retiro budista nas montanhas do Himalaia indiano: 10 dias, em completo silêncio.

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