domingo, 11 de setembro de 2016

COM UM SONORO PEIDO Chateaubriand responde ao governador Magalhães Pinto!

   O Brasil fervilhava às vésperas do Golpe Militar, as vivandeiras da direita ron-davam os quartéis cons-pirando os quartéis. Em 13 de março de 1964, houve o histórico comício da Central, ou Comício das Reformas, na cidade do Rio de Janeiro, na Praça da República, situada em frente à Estação da Central do Brasil. 
    O governador Magalhães Pinto era um dos chefes civis da conspiração contra o governo Goulart e nesta condição fui à procura de Assis Chateaubriand, Chatô, para escutar sua opinião sobre um manifesto à nação assinado por todos os go-vernadores, na verdade, um con-tundente libelo contra o governo Goulart e conclamação ao golpe militar que se avizinhava.
    Veja o histriônico resultado da consulta de Magalhães Pinto à Chateau-briand, conforme relata Fe-rnando Morais na sua obra " Chatô, o Rei do Brasil" :

"Dias depois do comício, o governador Magalhães Pinto apareceu na Casa Amarela levando nas mãos a cópia de um manifesto à nação que pretendia que fosse assinado por todos os governadores contra o governo - articulação que, naturalmente, não chegou a progredir. 
Em uma reunião solene — da qual participava, entre outros, a pudica Lily Whitaker Gondim, presidente de O Cruzeiro—, Magalhães contou que fizera contatos com os governadores Nei Braga, do Paraná, Petrônio Portela, do Piauí, Seixas Dória de Sergipe, e até com Miguel Arraes, de Pernambuco. 
Antes de avançar com seu plano, o governador mineiro queria ouvir a opinião do Chateaubriand sobre os termos do documento. Alguém leu o manifesto e Magalhães quis saber o que Chateaubriand achava dele. Com a voz quase inaudível de sempre, o jornalista desculpou-se, dizendo que estava afônico, com pouco fôlego e pediu a um enfermeiro que fizesse pressão sobre seu esôfago para que a voz saísse melhor. 
Com um sorriso maroto nos lábios, em vez de qualquer palavra ele soltou um sonoro peido, e, diante do olhar de todos declarou, risonho:
  — Essa é a única resposta que posso dar a um manifesto sinatura de Seixas Dória e de Miguel Arraes!

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